Canto Nono nos 81 anos do Coliseu do Porto

O Canto Nono encerrou as comemorações do 81º aniversário do Coliseu do Porto

As comemorações decorreram durante a tarde desta segunda-feira, com várias iniciativas das quais se destacam, uma vista ao Coliseu acompanhada pela Presidente da Direção Mónica Guerreiro, onde logo na entrada da sala de espetáculos, foram dadas a conhecer as várias ornamentações, sempre ligadas às artes, à cultura e à cidade do Porto (está presente o brasão da cidade) "Monumento de interesse público", o Coliseu, além de enaltecer as grandes artes, também homenageia os seus representantes - estão expostas quatro placas de artistas da área da música, sendo eles Álvaro Cassuto, Helena Sá e Costa, Rui Veloso e GNR, e duas placas com os nomes Paulo Cunha e Silva e Miguel Veiga, associados ao Coliseu e à cultura.

A visita continuou pela ferradura (o corredor que dá acesso à principal sala, à sua loja, à sala de conforto, ao bar), onde é possível, mais uma vez, viajar no tempo e ver vários pormenores e objetos que são mantidos desde o dia em que o Coliseu foi inaugurado: as gavetas dos camarins, equipamentos de projeção dos antigos filmes, a cabine telefónica, o bastão que Molière utilizou para dar a 3 batidas de início do primeiro espetáculo, entre outros.

Depois chegou o esperado momento de conhecer a famosa adega. Ao entrar, a sensação é a de voltarmos ao século XX, onde, naquele espaço, se constituía uma espécie de bar - são visíveis pipas, mesas e cadeiras da época, um pequeno balcão, entre outras decorações.

As comemorações continuaram no Novo Ático, a sala mais pequena do Coliseu e que foi recentemente restaurada. Foi nesta sala que tocou, pela primeira vez, a renovada orquestra do Salão Jardim Passos Manuel, dirigida pelo pianista Miguel Oliveira, que teve a liberdade de escolher pessoalmente os seus nove membros.

Esta orquestra, a primeira criada, atuava no Salão Jardim Passos Manuel, um espaço inaugurado em 1908, antecedente à construção do Coliseu e que era marcado por uma vida cultural e boémia. Era ao som de quatro mil partituras que se realizavam os bailes e chás dançantes.

Quando o local foi desativado para dar lugar ao Coliseu, em 1941, esta orquestra e as suas partituras ficaram esquecidas até hoje. Durante os últimos dois anos, o Coliseu, com o apoio do arquivo histórico municipal, dedicou-se a recuperar as partituras e duas mil folhas que estavam perdidas e muito danificadas.

A celebração dos seus 81 anos trouxe a novidade de reativar a orquestra, para que esta atue em bailes ou chás dançantes.

O Coliseu do Porto criou, em 2021, o prémio "Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas" - com o valor de cinco mil euros - de modo a promover talentos do circo e dança, sendo os mesmos de grande importância paro o panorama nacional. Contudo, até agora, ainda não tinham sido reconhecidos publicamente, algo que já acontece no teatro e na música.

A categoria da primeira edição foi as artes circenses, abrangendo intérpretes, coreógrafos, cenógrafos, produtores, programadores, entre outros profissionais ligados a esta área, até 30 anos de idade.

O escolhido pelo júri (constituído por Luís de Matos, Rui Paixão, Julieta Guimarães, João Paulo Santos, Israel Modesto e Isabela Cardinali) foi o trapezista Daniel Seabra, que se emocionou na entrega dos prémios.

No rol das novidades da sessão foi anunciado que a partir de agora será possível, através de um telemóvel ou outro dispositivo digital, escutar as bandas sonoras do circo de 2020, 2021 e 2022 (disponível nas principais plataformas de streaming). Foi nestes últimos três anos que o Coliseu desafiou compositores a criar uma banda sonora, unicamente para o Circo do Coliseu, de modo a terem uma banda ao vivo todas as sessões.

Mónica Guerreiro referiu que estas músicas "não são só para esta pista, nem só para o Porto, mas para o mundo".

A terminar em grande, entrou em palco o agrupamento Canto Nono para cantar os parabéns ao Coliseu. Antes de celebrar o aniversário, o octeto vocal proporcionou ao público um miniconcerto, cantando quatro músicas "a capella".

A direção artística dos Canto Nono já pertenceu, durante duas décadas, ao músico José Mário Branco.


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